quinta-feira, março 19, 2015

Outros tons

outros tons

Cinco pedaços de pano, três metros de fita e lá se vão as chances de impressionar. E eu estava lá, vi tudo com esses olhos que a terra há um dia de consumir. O raça desgranada que só pensa em copiar tudo o que vê por aí. A mulher viu o filme e cismou que tinha de repetir tudo e só não andou de helicóptero porque a situação não permite. Na conjuntura atual, gastar uma grana para fazer passeio de helicóptero apenas para imitar cena de filme, está fora de cogitação.

Compramos os panos, as fitas, conseguimos algemas de brinquedo, um cabo de vassoura e algumas correntes que pegamos das coleiras dos cachorros. Iluminamos o quarto com algumas velas, arrumamos uns lençóis e partimos para a ação. Com ela deitada na cama comecei a jogar gelo, mas aí ela reclamou que estava frio. Peguei a vela para aquecer o ambiente e coloquei fogo na cortina, a sorte que consegui apagar antes de um incêndio.

Findo os procedimentos pirotécnicos passamos para a fase da amarração e dei um nó tão forte prendendo os punhos dela a cabeceira da cama, que quando ela reclamou que estava apertado demais, tive que cortar tudo com a tesoura. Desistimos das fitas, dos panos e sendo bem prudentes, também das correntes. Ficamos com o cabo de vassoura e as algemas de brinquedo.

Olhei para ela, ela olhou para mim, demos uma risada meio sem graça e concluímos que não havia nada a ser feito com aquele cabo de vassoura e nem com as algemas do Playmobil. Deitamos, fizemos o sexo convencional de sempre e deixamos de lado essa história de tons disso, tons daquilo.

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