segunda-feira, março 02, 2015

Medo de ser feliz

medo de ser feliz

- Mais vinho senhor?
- Não, ela não vem.
- Quer que eu peça um táxi?
- Não precisa, obrigado, mas vou caminhar um pouco, está uma noite linda lá fora, um pouco de ar vai me fazer bem.

O restaurante ficava a quatro quadras de hotel, e realmente a noite estava diferente, com uma lua cheia iluminando os prédios, as ruas e todos os que aproveitavam para admirar as estrelas. Ele não estava triste ou chateado por ela não ter aparecido, pelo contrario, estava leve, sereno e tranquilo. Ele há conheceu no escritório, quando ela foi buscar orientação sobre um processo que não se resolvia e estava a cargo de um famoso escritório.

- Desencana, ele está lá, te esperando, veio só para te ver, se dê uma chance.
- Não estou segura, acho que não é o momento.
- Nunca será o momento se você não se permitir.
- É que está tudo acontecendo rápido demais, eu não queria me machucar de novo.

O medo faz parte, mas não deve ser integrante do processo. Ela sabia disso, até mais do que deveria, mas não tinha como evitar temer se magoar mais uma vez. Seus últimos relacionamentos não tinham dado certo, ela se sentia um patinho feio e se escondia de si mesma e de todos. Eles se conheceram quando ela foi buscar orientação sobre um processo que não se resolvia e estava a cargo de um famoso escritório.

- Liguei ontem, hoje e talvez ligue amanhã, caso possa e queira, retorne.

O recado, o décimo, deixado na caixa de mensagens dela, era a única coisa que ele conseguia fazer para tentar compreender o que aconteceu aquela noite. Havia um sentimento que ele não tinha como explicar e ao mesmo tempo em que procurava focar em outras coisas, não conseguia deixar de pensar no sorriso daquela que tocou seu coração desde a primeira vez em que se viram.

- Mais de dez recados na caixa de mensagens e não vou ouvir nenhum deles, não vou alimentar algo que sei que não vai dar certo.

O peito apertado, o coração batendo mais forte e todas as sensações incríveis de uma paixão. Ela podia reconhecer os sintomas e compreendia que precisava se libertar do receio de uma nova relação mal sucedida. A decisão, que deveria ser fácil, não era, mas ela fez a escolha e resolveu que era a hora de ser feliz.

- Oi, ainda está de pé aquele convite para jantar?

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