Sorveu mais um gole de vinho, olhou fixamente para o teto como se buscasse algo. Parou por instantes, suspirou e continuou a adicionar farinha na bancada juntamente com meia colher de chá de sal. Logo depois, em um pouco de agua quente dissolveu meio tablete de fermento seco e também um quarto de uma colher de chá de açúcar, misturando tudo à farinha que repousava na bancada.
Meia hora depois, com a massa já descansada era a hora de incorporar cinco colheres de sopa de azeite, sovar bem e deixa-la repousar por uma hora. Enquanto isso mais vinho na taça e a constatação de que a garrafa já estava no fim. Ele tinha outra pronta para abrir e várias na adega repousando, vinho não seria um problema.
Forno aquecido, massa esticada e disposta para ser “montada”. Um pouco de molho de tomate preparado com antecedência e temperado com manjericão, nacos generosos de muçarela de búfala e um fio de azeite. Ele levou o disco redondo ao forno e pacientemente, enquanto bebia o ultimo gole de sua taça de vinho, observou a massa dourar e o queijo borbulhar.
Quinze minutos depois ele retirou a massa do forno e dispôs sobre ela folhas de rúcula e fatias finas de presunto Parma, estava pronta a pizza. Outra garrafa de vinho foi aberta e enquanto as taças eram dispostas com cuidado sobre a mesa ele mais uma vez olhou fixamente para o teto buscando um motivo, uma resposta.
Às duas e cinquenta da madrugada metade da pizza ainda encontrava-se intacta e uma nova garrafa de vinho, a terceira, havia sido aberta e estava pela metade. Neste momento ele dormia deitado no chão da sala com uma taça cheia ao seu lado e o aparelho de som tocava os últimos acordes de uma canção interpretada por Tony Bennett.
