sábado, outubro 19, 2013

Vontade do novo

vontade do novo

Era tão linda que tinha medo de sair à rua e ser admirada. Sim, ela não aceitava o fato de ser diferente, se considerava anormal em um mundo de estereótipos. Ela simplesmente não aceitava os longos fios, o corpo esguio e a pele sedosa. Não queria deixar de ser quem era, mas não conseguia aceitar o que tinha.

Tentou médicos que cuidam da mente e da alma, buscou crenças, amigos, amores, pecados, mas só conseguiu ficar mais confusa, mais preocupada e menos satisfeita com o que via no espelho. Comprou novas roupas, mudou de bairro, de cidade, de estado, foi para outro país e nem assim conseguiu sentir-se feliz.

O que lhe faltava não pôde ser dado por ninguém, porque o que lhe faltava só ela poderia conseguir e por mais que tentasse, não era isso que ela queria. Depois de tantos anos em busca de algo ela descobriu que o que a fazia persistir era a felicidade que encontrava na busca, na permanente procura.

Não gostar de si ou do que ela achava ser, era só um pretexto para buscar descobertas, novos interesses e coisas com as quais se identificasse. Ela não queria mudar ou ser mudada, queria tão somente conhecer e nesse conhecimento deleitar-se com o que não estava nos livros ou nos programas da TV.

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