Pobres flores no jardim, pobre jardim. Você cuida muito bem de você e muito mal das flores, das plantas, da natureza. Primeiro, o ser primitivo, o homem das cavernas e suas necessidades básicas, depois o resto.
Li três livros muito interessantes, você devia parar um pouco com essa sua rotina estressante de se preocupar com o nada e começar a se interessar mais por minhas leituras. Sempre digo a mesma coisa e você, ignora, como sempre, e continua com essa irritante mania de comprar livros sobre coisas que não fazem o menor sentido.
O chuveiro continua queimado desde a semana passada e como você não se dispõe a conserta-lo, o banho frio tem me feito extremamente mal. Minhas toalhas estão encolhendo, por mais surreal que isso possa parecer. Nós dois nos enxugando com elas pode ser o motivo disso, mas prefiro pensar que elas estão encolhendo é de frio mesmo.
Ontem não ouvi uma palavra do que você disse e hoje também não pretendo ouvir. Você não fala nada que preste desde que descobriu que podia comprar doces de qualidade na mercearia da esquina. Minhas tarefas ocupam o tempo necessário para que eu não tenha que lhe dar atenção. Fique com seus doces e eu fico com a minha paz.
E por falar em paz, ainda continuo empenhada em continuar ao seu lado. Mereço um beijo?