quarta-feira, julho 06, 2011

Cinqüenta dias depois

cinquenta dias depois

Quando comecei a ver a luz do dia, tudo já estava claro demais em minha mente. O que tive de fazer foi ler os sinais torcendo para que eles estivessem errados, mas não estavam.

Nunca admiti para mim mesmo que o perdedor não fica com as bananas. Sempre achei que pelo menos ficava com os restos. Nunca me considerei um perdedor até o dia em que me vi ali, derrotado como um menino de cinco anos que acabará de perder seu brinquedo preferido. Tudo por que fui até o limite suportado por meu peito e o levei a total exaustão.

É fato que depois de uma queda alguns se levantam tão rápido quanto caíram e comigo não foi diferente, exceto pelo fato de que não consegui ficar de pé. Veio àquela sensação de tontura e cair de novo foi inevitável. Eu precisava de forças que não tinha, minhas doses extras de otimismo haviam providencialmente se esgotado.

Já que forças não me haviam para levantar e rastejar não era uma opção considerada como válida, permaneci ali tempo suficiente para que todo meu ser pudesse me colocar de volta ao prumo.

E foi assim que me levantei e caminhei até o outro lado da ponte, vislumbrei as águas claras do rio, me lembrei de tudo e decidi que eu sou mais do que um perdedor. Eu sou merecedor. Não por ninguém e muito menos por aqueles que me olham por trás das lentes embaçadas dos faróis de seus veículos ultrapassados, mas por tudo o que fiz mesmo sabendo que a recompensa é o ouro dos tolos.

Fase zero – Estágio I

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