segunda-feira, junho 06, 2011

Queda livre

queda livre

Eu sempre passei por crises momentâneas em alguns períodos da vida. Crises de identidade, de falta de confiança e até mesmo crises infantis, sem motivo algum. Todas elas tiveram sua duração, foram breves.

Nunca procurei descortinar a causa de minhas crises, eu sei o que as desencadeou, mas prefiro crer que esse é um motivo banal por demais para que eu perca tempo com ele e com as minhas crises existenciais.

Me permito sofrer sempre que imagino ter feito escolhas erradas, escolhas estas que faço no calor da emoção e com o mais nobre dos meus sentimentos. Sou o único culpado por minhas crises e, portanto o único que pode resolvê-las.

Passo por elas sempre de formas distintas, pois cada uma delas se manifesta em mim de maneira diferente. Umas apenas me doem o peito, outras me consomem por dentro, mas a maioria me dá medo. Medo por não saber o que fazer, medo por não ter controle da situação.

Encaro minhas crises de cabeça erguida procurando pensar mais adiante, me lembrando que a vida continua a pleno vapor depois delas. Depois delas realmente a vida continua, mas durante elas perco o chão e me torno o ser mais vulnerável do universo.

Em todas as crises eu tenho que me recolher, tal e qual um animal acuado eu me isolo e fico só com meus pensamentos. Tem funcionado ou pelo menos funcionou das outras vezes, não dessa. Estou em crise e pelo tempo em que ela está demorando a passar, é uma das grandes.

Dessa vez evitei o álcool, no que fiz muito bem e me mantenho sóbrio e em equilíbrio, mesmo estando no meio de todo um turbilhão de pensamentos desconexos. Meu peito ainda dói e o medo de não ter onde pisar ainda me acompanha.

Pensei seriamente em procurar ajuda profissional e logo eu que sempre achei desnecessária a intervenção de analistas, psicólogos e afins na vida das pessoas. Mudei de opinião e acho que todos deveriam poder contar com a ajuda de especialistas em seus momentos mais introspectivos.

Sei que tenho que sair dessa crise o quanto antes, mas não sei como. Experimentei algumas novas técnicas baseadas no que eu achava que iria funcionar e elas se mostraram ineficazes, mas pelo menos não aumentaram minhas angustias e meus medos.

Sim eu sou assim, um ser humano com sentimentos e que sofre com eles em alguns momentos. Não consigo esconder quando estou em queda livre e nem faço questão disso, apenas não sei como fazer para não sofrer por tudo o que foge ao meu controle.

Infantilidade da minha parte? Talvez, mas é algo meu e não consigo mudar assim de uma hora para outra.

O tempo é o senhor da razão e vai me ajudar, pois nesse momento só conto com ele para sair de mais essa. Se ele não puder fazer nada por mim, creio que de alguma forma vou encontrar uma maneira de colocar um sorriso no rosto e fazer o que tem que ser feito.

Esse sou eu. Julgue-me se quiser, me ajude se puder, mas saiba que eu não vou desistir.

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