quinta-feira, fevereiro 25, 2010

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Quando ele me dava aquelas olhadas com suas duas bolas castanhas, eu tremia dos pés a cabeça e ficava maluca. Como pode um homem daqueles existir e ficar assim, transitando entre os mortais como se nada estivesse acontecendo. O meu sonho de consumo estava ali, ao meu lado e eu nada podia fazer, senão admira-lo por inteiro.

Os anjos sabem o quanto eu cobicei aquele deus grego que habita diariamente o meu ambiente, não consigia negar e nem esconder, pois minhas mãos ficavam frias e minhas pernas tremiam, precisava inclusive de um ar para poder voltar ao meu estado normal. Estava surtando por conta disso e o pior é que ele parecia nem saber que eu existia.

Como sempre disse o ditado, se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé ou o contrário, não sei. Resolvi seguir o ditado a risca e caprichei no meu melhor vestido, o meu perfume mais sensual e no batom mais ousado.

Sai de casa disposta a ter aquele homem, nem que fosse por apenas alguns minutos, apenas para um beijo ou quem sabe um amasso na escada, não importa, eu teria aquele homem de qualquer jeito e iria descobrir de uma vez por todas se ele era ou não tudo o que aparentava ser.

Às 10h30min ele se levantou e caminhou em direção ao corredor, de certo iria para o andar de baixo, eu precisava fazer alguma coisa com urgência. Levantei-me, fui atrás dele e consegui encontrá-lo nos primeiros degraus da escada. Joguei meu corpo contra o dele obrigando-o a parar e me olhar espantado, se perguntando o que estava acontecendo.

Não dei chance de ele pensar alguma coisa e muito menos dizer qualquer palavra, o agarrei pelos braços e colei meus lábios contra os dele em um beijo tórrido, quente e arrebatador. Ele correspondeu e passou a comandar as ações. Apertou forte os meus braços me jogando contra a parede, meus pés já não tocavam mais o chão e meu coração batia acelerado.

Findo os mais de dez minutos de beijo, ficamos ali imóveis olhando um para o outro sem dizer uma palavra sequer, até que ele agradeceu e disse que precisava ir. Recompus minhas roupas e voltei a minha mesa, não pensava em mais nada, apenas estava feliz e pronto.

As 19h00min horas desliguei o meu micro e peguei minhas coisas para ir embora, ele me cercou no corredor e perguntou se poderíamos sair na sexta para conversar. Com um leve sorriso no canto da boca, apenas disse que não ia estar disponível, pois já havia marcado um encontro com as amigas do segundo grau e segui meu caminho. Não olhei para trás, mas pude imaginar a sua cara de espanto.

Por mais de uma semana ele me mandou emails, bilhetinhos e tentou me agarrar nas escadas, mas não quero mais, já tive a minha prova, gostei e pronto. Acabou.

Próximo!

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